domingo, 14 de maio de 2023

 Lar - eu quero muito

Depois de muitos anos tendo que dividir o meu espaço com pessoas que não entendem o real significado da palavra "privacidade", ontem consegui me mudar para o que eu espero que seja meu canto de sossego.

Não curto muito ficar falando porque tudo pode acontecer diferente, mas quem nunca colocou expectativas em alguma coisa ou pessoa, que atire a primeira pedra.

Foi uma noite e madrugada difíceis até minha mudança acontecer ontem pela manhã e, óbvio, não sei onde está nada, a começar pelo cooler de meu laptop, que o levantava e me deixava com um ângulo melhor para escrever. Nossa, como estou sentindo falta! Não sei onde está meu adoçante e tenho que tolerar o açúcar; também não achei o sal e estou pensando aqui como vou cozinhar. São pequenos problemas que acontecem quando acabamos de nos mudar e que vão se resolver devagar.

Porém, tudo está sendo compensado por uma vista incrível - pelo menos eu acho -, o sol batendo em minha porta (vocês não sabem há quanto tempo não sinto esse sol da manhã em meu rosto), minha cadelinha está correndo por um quintal e recebendo essa mesma luz  pela primeira vez em anos e isso me faz muito feliz, uma pena que a irmã dela, Chiclete Maria, não tenha sobrevivido para partilhar desse momento. Ela faleceu no dia 20 de abril, mas essa história, conto depois. 

Não sei se é o momento, mas aqui estou eu, alimentando este blog, por muito abandonado. Tenhp a esperança de conseguir voltar a escrever. Há dois anos não escrevo um romance sequer e isso está me corroendo porque tenho mil histórias começadas e não consigo colocar nenhuma para "caminhar".

A verdade é que estou bloqueada, tanto para ler quanto para escrever. Devo isso às mazelas que tenho enfrentado: doença, acidente, doença, enchente, doença, falecimentos, falta de grana... É muito para uma mulher que vive só e não tem família. Não pensem que estou me vitimizando. Esta é minha realidade e não vou dourar a pírula para agradar quem quer que seja. Não costumo esconder o que sinto e o que vivo para ser aceita, apenas aprendi a medir minhas palavras e atos, mas não escondo quem sou e o que vivo. As minhas escolhas me trouxeram até aqui e não vou lamentar pelo que já passou.

Hoje eu deveria ir à igreja - sou SUD -, mas cada músculo de meu corpo dói e as pernas, depois do acidente, já não são mais as mesmas. Nem sei onde estão minhas roupas e os sapatos que sobraram depois da enchente, para ser sincera. Como tive que fazer tudo às pressas, não anotei nada em caixa ou saco algum, então, eu que lute. Mas não tem sido sempre assim?/

Hoje será um dia de "arrumação" e desafios. Será bom porque é Dia das Mães e não quero sentir a tristeza pela falta da minha. Apenas vou fazer uma simples e amorosa oração para que ela possa sentir, lá do outro lado do véu, que eu a amo e jamais a esqueço.

Bem, aqui vou eu, tomar meu chá sem adoçar - não curto mesmo açúcar - e tentar colocar um cadim de ordem nesse lugar que, agora, desejo chamar de lar. 

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